sábado, 8 de outubro de 2011

"PAPO DE ELEVADOR..."



Reza a boa educação e a etiqueta, que ao depararmos com alguém no elevador, sejamos no mínimo simpáticos e cordiais, usando as básicas e famosas palavrinhas "mágicas", indispensáveis ao nosso dia a dia: "Bom dia!", "Boa tarde!", "Boa noite!", "Olá!", "Tchau!", "Com licença", "Desculpe!", "Obrigada!"... Há, que se seguir algumas pequenas regrinhas básicas, para se evitar deslizes e causar irritações coletivas e compartilhar adequadamente, este espaço limitado, que provoca uma proximidade constrangedora e incômoda entre seus usuários. O que ,com certos  passageiros deste pequeno espaço de locomoção público verticalizado entre andares, muitas vezes não ocorre.


Não existe a menor necessidade de interagir no elevador, de fazer amigos, de abrir sua vida, principalmente com totais desconhecidos, que na grande maioria das vezes, jamais verá novamente durante toda sua vida, mesmo porque, as conversas de elevador não levam a lugar nenhum, a não ser, do subsolo ao último andar e vice versa.


A variedade de assuntos tratados durante estas curtas viagens verticais, são totalmente inúteis e dispensáveis. As perguntas são sempre óbvias e sem nenhum interesse real em saber as respostas, e por sua vez, as respostas soam automáticas e apáticas, e o pior, é quando um dos interlocutores resolve segurar a porta para terminar o papo furado, interrompendo o bom andamento da máquina.


Elevador também não é lugar de tratar assuntos pessoais, falar mal de vizinhos e funcionários, discutir a relação com o companheiro, fofocar, trocar receitas culinárias, falar no celular, cochichar e principalmente falar "ALTO", afinal de contas, todos que estão naquele minúsculo cubículo lotado, não tem o menor interesse, nem obrigação de participar e ouvir sua lamúrias, opiniões, peripécias e dotes culinários. Limite-se a ter bom senso!


Com muita sorte, às vezes, a viagem pode ser solitária, e aqueles 30 e poucos segundos dentro daquele caixote espelhado, subindo e descendo vigiado por câmeras, pode passar despercebido. Contudo, o fato de estar sózinho não significa que pode fazer do elevador uma extensão da sua casa e soltar um "pum", por exemplo, seu sossego pode ser interrompido bruscamente entre um andar e outro, e um transeunte dividir o silêncio absoluto, constrangedor e desagradável daquele compartimento claustrofóbico, e ainda compartilhar seus odores indesejáveis durante a curta jornada.


Após o cumprimento inicial, imediatamente vocês se vêem numa situação desconfortável, onde ambos ficam com a habitual cara de bunda, aquela cara de elevador, é um tal de olhar pra cima, pra baixo, pro lado, encarar um ponto fixo, seja no chão ou no teto, olhar as unhas, ver as horas ... e o tempo parece parar, aqueles poucos segundos parecem intermináveis.


É aí, que um resolve puxar papo para quebrar o gelo, então surgem aqueles papos profundos e tão proveitosos que rolam em elevador: "Que calor, né?!", "Que friozinho, hein?!, "Acho que vai chover...", !Tempinho bom pra dormir..." ...Pô!!... O cara acha que sou do serviço de meteorologia?!


Ou ainda, ouvimos aqueles elogios vazios: "Lindo sapato!", "Cabelo bonito!", "Gostei do esmalte!" ... seguidos de um sorriso amarelo
Ou aquele, que estando no subsolo, a seta indicando para cima, e o cretino pergunta: "Tá subindo?"... Não tá indo pro inferno, Jumento!.


A verdade  é que elevadores tem suas peculiaridades e andar neles pode ser muito chato, eu adoro falar, conversar com todo tipo de gente, mas não sei o que acontece dentro de elevadores, acho que há um bloqueio mental, intelectual, criativo, os elevadores tem a capacidade de fazer um tipo de" lavagem cerebral elevatorial" nos passageiros, que acho, merece atenção e estudos profundos, afinal, quando as pessoas adentram naquela caixinha mecânica que sobe e desce ... PUFT!!... o cérebro encolhe ...paralisa, a inteligência evapora e o assunto se restringe aqueles três ou quatro ítens corriqueiros e insossos.


Se uns míseros segundos dentro de um elevador  percorrendo alguns "andarezinhos", já torram a paciência, imagem o coitado do garçom,  por exemplo,  que trabalha no Restaurante Terraço Itália e tem que encarar todos os dias 46 andares, subindo... e descendo... ou outros muito piores mundo afora.



5 comentários:

  1. rsrsrs

    Vc tem toda a razão..... e os olhares??

    Amei tua cronica!!

    beijo e bom final de semana!!

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  2. Se tiver uma escada e não forem muitos andares, eu prefiro ir de escada. Não porque eu tenha medo de elevador, mas exatamente por essa saia justa que fica. As pessoas meio que se obrigando a serem simpáticas com as outras.

    Ainda bem que no meu trabalho minha sala fica no primeiro andar. E vou de escada. E no meu prédio 1º andar, escada também... rs.

    Beijocas

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  3. Acredito que deva estar melhor, pois até aproveitou para inovar a abertura de seu blog. Está ótimo!
    Elevador é um lugar chato, mesmo. No prédio, fico nos cumprimentos, exceto quando me fazem alguma pergunta. Em outros, com totais desconhecidos, limito-me, também, a eles, porque os entendo necessários. Fico chocada diante de diálogos pessoais que, naquela curta viagem, poderiam ter sido suspensos.
    E nos locais de trabalho? Falam sobre pessoas e chefes, sobre questões profissionais sigilosas, sem estar atentos às companhias. E isso pode trazer sérias consequências.

    Bjs.

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  4. Não moro em prédio, mas entre escada e elevador, fico com a escada, a não ser que o andar que precise ir necessite de elevador, aí não tem jeito. Parabéns pela publicação.

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  5. Simone querida
    Como é ruim não se sentir bem! Sei que gosta do blog porque o trata com o mesmo carinho que dispensa aos amigos virtuais. Espero que logo vença esse desafio.
    Bjs.

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