segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

"CONFETE, PEDACINHO COLORIDO DE SAUDADE ..."



Sábado a noite, voltando de uma festa , quando de repente no rádio  começou a tocar uma série de marchinhas de carnaval, nos fazendo voltar no tempo e relembrar os bons momentos dos velhos carnavais. Meu marido e eu comentamos como o Carnaval de outrora era muito mais romântico, muito mais alegre, era uma festa saudável, ingênua, familiar, onde todos, independente da idade se divertiam e literalmente caiam na folia, em meio a confetes e serpentinas.
Sou confessadamente uma saudosista, gosto de reviver , de  recordar as coisas boas do passado, e o Carnaval é uma delas.
Entre a nostalgia e a modernidade, eu fico com a primeira, pois do alto dos meus 45 anos, pude presenciar e tomar parte de um resquício do antigo Carnaval que minha memória conserva, um Carnaval com outra magia, outro encantamento.
Evocando o passado, recordo com prazer as brincadeiras da época, as malucas "guerras" de água, às vezes até de ovos, o Carnaval de rua com o alegríssimo Bloco "Vai quem quer", o divertidíssimo futebol de homens vestidos de mulher, as fantasias criativas, na maioria das vezes feitas em casa, por nós mesmos durante meses, a expectativa dos preparativos, a ansiedade pela chegada do Carnaval, o cheiro de lança perfume no ar, os deliciosos Bailes de Carnaval nos salões do clubes, os maravilhosos desfiles de fantasias na TV, as marchinhas de Carnaval, conhecidas na ponta da língua, com suas letras ora românticas ora  divertidas, repletas de duplo sentido animavam e embalavam os foliões noite adentro. O famoso Baile do Ilha Porchat "Uma noite nos mares do Sul", evento imperdível, transmitido ao vivo pelo apresentador Bolinha, que sempre antecedia o Carnaval, era um marco, as ruas enfeitadas com confetes e serpentinas, pessoas fantasiadas, mascaradas pelas ruas, as crianças com suas seringas d'água escondidas esperando algum desprevenido, era tudo uma imensa brincadeira por todo o país.
Os desfiles das Escolas de Samba aconteciam nas ruas, era um Carnaval popular, menos rico, com menos apelo sexual, menos violência, menos celebridades, menos drogas, mas com muito mais respeito e alegria.
Era uma festa livre, leve, solta, animada, onde todos eram convidados especiais, o clima festivo era evidente e verdadeiro.
Sinto uma pontinha de melancolia quando penso que meus filhos não viverão o prazer das sensações descritas acima.
"Recordar é viver..."





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