terça-feira, 9 de agosto de 2011

"CRÔNICAS DA MINHA VIDA" - N° 3 - A saia


"LOURINHA, LOURINHA
DOS OLHOS CLAROS DE CRISTAL
DESTA VEZ EM VEZ DA MORENINHA
SERÁS A RAINHA DO MEU CARNAVAL..."


Tudo começou num sábado de Carnaval, como boa foliona, já me preparava para a maratona de quatro dias e quatro noites de pura folia e diversão.
Minha fiel escudeira e amiga inseparável e eu, arrumávamos nossas lindíssimas fantasias, quando subitamente fui acometida por uma terrível dor de cabeça, que imediatamente mamãe deu um jeito de resolver com uma gigantesca cápsula de sei lá o que.

Desta vez, por um problema de saúde de mamãe, não passamos o  tão esperado feriado de Carnaval na praia, íamos em um clube aqui da nossa cidade mesmo.
Minha fantasia era muito bonita um maiô preto todo bordado com uma estola de penas maravilhosa, contudo meu pai talvez a achasse um tanto ousada aqui para a cidade, e como ele detestava que eu pulasse Carnaval, achei por bem evitar o desgaste de uma discussão e coloquei uma sainha por cima para disfarçar, depois eu a tiraria.

Apanhamos um táxi que nos levou ao clube, ficamos com o número do telefone do taxista para quando fossemos voltar, chamá-lo.
Animadíssimas, entramos no salão, que para nossa decepção, comparados aos bailes de Carnaval a que estávamos acostumadas no litoral, aquilo estava uma droga. BLÁÁ!!!!! Vazio, monótono, sem graça, chato, gente feia ... um horror!!

Entediadas, tristes e decepcionadas, descemos até o bar, pedimos nossa habitual vodka com gelo, limão e soda, e ficamos nos lamentando, imaginando que o baile do Caiçara, devia estar fervendo, bombando e nós duas ali, uma olhando para a cara da outra e bebendo.
BEBENDO !!!!!!!  PUTZS... E O REMÉDIO??!!

Não sei se foi a mistura do remédio com a vodka, só sei que o revertério foi imediato, tonta, com o estômago embrulhado, fomos para o banheiro, lá chamei todo mundo,  o Hugo e cia .
Foi um pifão épico.
Minha caríssima amiga mosqueteira, um por todos e todos por um, imediatamente acionou o taxista e nos retirou dali, justamente quando chegava a reportagem do jornal local. UFA!!!! Salva pelo gongo!

Entrei em casa de mansinho, subi as escadas de gatinho, silenciosa e sorrateiramente, entrei debaixo das cobertas e ... lar doce lar, estava salva!
Manhã do dia seguinte, lá pelas onze horas, vou descendo as escadas, cara lavada, cabeça inchada, gosto de cabo de guarda-chuva na boca, óculos escuro, eis que escuto a campainha tocar e uma voz masculina dizer ao meu pai:

"BOM DIA SENHOR! SOU O TAXISTA QUE LEVOU AS GAROTAS AO BAILE ONTEM, A LOIRINHA ESQUECEU A " SAIA"  NO  MEU TÁXI ..."




 ... Sem noção ... Podia ter guardado de recordação ...

8 comentários:

  1. rsrsrsrs

    adorei....final exuberante!!

    bj

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  2. Eu li esse seu texto outro dia. Porque leio pelo Google Reader e aqui chega tudo... rs

    Olha só posso dizer que eu perdi a conta dos king kongs que paguei por conta de bebedeiras e drogas. A amnésia provocada por essas substâncias é uma benção, porque se eu me lembrasse de tudo, acho que nem de casa saia mais... rs

    Ainda bem que hoje em dia sou bem comportada... rs

    No seu caso o pior é quando acontece isso aí, do dia anterior vir bater na sua porta. É péssimo.

    Beijocas

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  3. Putz!
    Totalmente sem noção...fico imaginando a cara que teu pai deve ter feito...e o sermão!
    Ninguém merece....
    Beijo!

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  4. Caracaaaaaaaaaaa, Simone, que taxista do mal rsrsrsrs
    aposto que seu pai deve ter falado um monte!! ahahah

    bjokitas com carinho meu :)

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  5. Esqueceu saia no táxi?? Essa foi boa!!
    Assim como a Dama eu já passei por poucas e boas, a amnésia alcóolica é uma benção às vezes!!
    Beijos!!

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  6. Tadinho do taxista, quis ser gentil (hehehehehe). Simone, já tive, muitas vezes, que usar de subterfúgios da espécie. Meu pai era muito rigoroso, mas minha mãe nos ajudava a esconder a fantasia.
    Adorei!!!

    Bjs.

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  7. Que fria, Simone!
    Por que o taxista tinha que ser tão honesto e
    "aparecido"?
    Beijos.

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  8. Eu imagino a cara do seu pai e oque você deve ter ouvido, hein! Muito divertido agora, não é? No dia, garanto que não. Um beijo no seu coração.

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