É nessa época, próxima as festas de final de ano, que mais penso na minha infância. É quando as lembranças ficam mais vivas na minha memória.
É quando percebo que, inevitavelmente perdi algo pelo caminho. O tempo passa e sem nos darmos conta, vamos deixando coisas importantes em algum lugar do passado, como a inocência, por exemplo.
A perda da inocência é lenta, gradual e quase imperceptível, quando se vê, já se foi... é o fim da era dos sonhos, do encantamento, da pureza ... para a descoberta do mundo real.
É então, que passamos a dar valor para a época mais feliz de nossas vidas, onde a tristeza era momentânea, onde encontrávamos a felicidade embrulhada num doce qualquer, onde nossos olhos de criança não viam maldade em nada e em ninguém, onde nosso maior problema, era um dia de chuva em que não podíamos brincar no quintal, é quando acreditávamos, como na canção, que todos fossem filhos de Papai Noel e vivíamos com um sorriso largo e sincero sempre estampado no rosto, a felicidade estava na simplicidade...
É fato que temos que crescer, amadurecer, pena que para isso, seja necessário perdermos a forma como os pequeninos enxergam o mundo...pena que para isso precisemos enxergar a farsa, encarar as decepções, as desilusões, enfrentarmos os momentos de dor...
Os Natais da minha infância eram singelos, porém fascinantes, os preparativos começavam com muita antecedência, a montagem do presépio, da árvore de Natal, o sorteio do amigo secreto, a colocação das luzinhas no Ipê do jardim, a elaboração do cardápio da ceia, a colocação de uma enorme lona no quintal, para proteger de uma possível chuva a mesa farta.
A chegada do Papai Noel a meia noite, era o ponto alto da festa para as crianças, precedido por uma roda de oração puxada por minha avó, onde rezávamos ao Menino Jesus, agradecendo por tudo.
Era tudo tão ... tão mágico...
Nosão sou sausista, Simone. Mas lembro com muito carinho da minha época de criança. Porque foi uma infância pé no chão, subir em árvores, muitos amiguinhos para brincar. Apesar de muito pobre, posso dizer que foi uma das melhores fases da minha vida, exatamente por conta desse encantamento que a criança tem com tudo, com a esperança grande.
ResponderExcluirBeijocas
Simone, belíssima e encantadora crônica. Um beijo no seu coração. Aproveito para desejar-te um feliz ano novo. Um lindo 2012.
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