Existem pessoas que falam muito, como "Euzinha", for example ...desde criança ouço a célebre frase: "Tão pequena e já fala mais que a boca ..."
Adoro falar, uma das coisas que mais faço é falar, admito que falo bastante, falo com as mãos, falo pelos cotovelos, joelhos, tornozelos e por todas as juntas do corpo, falo com os olhos, pelos poros, falo mais que o homem da cobra, dou nó na língua.
Para uns é defeito, para outros qualidade, só sei que é hereditário, meus três filhos herdaram o dom da falação.
Todos nós, alguma vez, já cruzamos com alguém assim falador, tagarela...
Eu mesma, conheço vários faladores, de diversos tipos, uma delas sem citar nomes para não expor ou melindrar ninguém, é uma Senhora hilariante!
Para narrar um pequenino e simples acontecimento, ela despeja uma avalanche de informações e detalhes pormenorizados, ela dá voltas e mais voltas, quem escuta até se perde em meio a tantas minúcias desnecessárias para o conteúdo em questão. Porém, num fluxo constante e contínuo de superficialidades em profusão, por minutos e minutos, é possível, desde que se tenha muita concentração, lá no meio de tudo, encontrar o fio da meada que deu início a tão rebuscada oratória. Me divirto muito com ela!
Outro tipo que conheço e de que gosto muito, é um jovem Senhor, que valoriza ao extremo sua arte de falar, explorando as possibilidades expressivas da sonoplastia, usando e abusando das onamatopéias. Via de regra, suas histórias tornam-se divertidíssimas, principalmente em se tratando de brigas ou alguma forma de acidente, nos fornecendo uma realidade física de suas narrações. É uma conversa interessantíssima! Adoro observá-lo contando algo! É um show!
E o último tipo, porém não menos importante, é um sessentão, que adora contar simples "causos", mas que tem o dom de expor suas histórias de uma maneira eloquente e particular. Dominando a atenção dos seus interlocutores, deleitando-nos com seus oportunos, geniais e espirituosos comentários que intercala no meio do assunto, tirando gargalhadas da platéia embasbacada. Tenho verdadeira paixão em ouví-lo dissertar sobre qualquer assunto, ele é ótimo! Quando o ouvimos o tempo voa ...
O único tipo que não merece destaque, que são totalmente dispensáveis, são as conversadeiras de plantão, aquelas que usam seu tempo, verbalizando os sentimentos, as intimidades e as vidas alheias com a maior precisão, aquelas que deitam falação ultrapassando todos os limites do tolerável, as conhecidas fofoqueiras, mexeriqueiras, fuxiqueiras, futriqueiras ... só mudam de nome dependendo da região, só o conteúdo do discurso é o mesmo. essas dispensam qualquer comentário.
Ai, ai, como me vi no que falou! Eu sou uma tagarela também. Nossa! Quando eu comecei a falar, conversava com todo mundo, perguntavam se eu tinha tomado "água de janeiro", eu não entendia, só ria. E tornava a falar, claro! Adoro as palavras, quando não estou falando, estou escrevendo, isso quando não falo e escrevo ao mesmo tempo, raro é que eu fique calada. Inventei até de arrumar um professor que me ensinasse libras, e estou aprendendo. É que quero falar também com os que não podem me ouvir. Falar é bom demais. Aprecio bons discursos, uma conversa bem fundamentada, ou como falou, um papinho furado. Comunicação é tudo. Expressar-se é um dom!
ResponderExcluirQuando eu tinha 2 anos eu já falava bastante coisa, parecia uma 'mocinha', diziam. E quando perguntavam a minha mãe se era ela quem me ensinava tudo o que eu falava, ela dizia que sim, e que agora, estava tentando me ensinar a ficar calada! rsrsrs
Pois é. Eu falo, coloco a boca no trombone, grito, canto, solto o verbo! Só que agora, estou tendo que ser mais "precavida". Como meus professores dizem: "Os advogados falam pouco, difícil é encontrar um que fale muito, porque quem muito fala, muito erra.". Eu não quero advogar mesmo! Haha. Eu faço direito, o que não necessariamente me fará ser advogada. Eu gosto mesmo é das palavras, e o resto, a gente adequa.
Beijos,
Débora.