Resolvi escrever este post, após ler uma postagem excelente com um tema super pertinente, como todas que tenho lido lá, intitulada "Atitude e Justiça", escrito por minha nova amiga virtual Marilene, no Blog:
http://www.diario-feminino.blogspot.com , que me despertou a vontade de discorrer um pouco sobre um dos meus lados, o meu lado altruísta.
Como já escrevi anteriormente, sou uma mulher de muitas facetas, e numa delas, existe uma que não consegue ficar alheia a certos acontecimentos ou situações e que nada tem a ver comigo. Estou sempre defendendo os fracos e oprimidos.
Muitas vezes, tento conter este meu impulso incontrolável de me envolver em problemas que não me dizem respeito, mas existe algo mais forte do que eu, que não me permite esquivar de certas situações em que, para ajudar alguém acabo me prejudicando de alguma forma. No intuito de ajudar "o outro" de fazer o bem a toa, de fazer aquilo que acho ser o correto, sem esperar nada em troca, prejudico a mim mesma, me coloco em risco, sou mal interpretada, sou incompreendida e até vista como "persona non grata".
No trabalho estava sempre a frente para reivindicar os direitos, tanto meus quanto o dos outros, meu Gerente, que conhecia bem minha personalidade, sabia que se apertasse um pouquinho, me abria como para-quedas para defender alguém que estivesse sendo injustiçado.
Na empresa também vivia arrumando inimizades, por defender o Dono, quando ouvia comentários inapropriados ou absolutamente falsos a respeito de sua atitudes ou decisões, eu como sua secretária particular o conhecia e sabia tratar-se de inverdades. Sabia o quanto sofria ao ter que demitir um funcionário, conhecia seus inúmeros problemas pessoais, que mesmo com todo dinheiro, experiência e posição jamais conseguiria vencê-los.
No meu último emprego, acabei adoecendo, por ver um Gerente corrupto, preconceituoso, presunçoso, com ares de superioridade e grandeza, maltratar, humilhar, rebaixar e prejudicar seus subordinados. A "coisa" não era comigo, mas não consegui não me envolver, não deixar que aquilo me abalasse profundamente ... acabei pedindo demissão antes que eu acabasse por esganá-lo. Contudo fui chamada pelo Diretor para uma reunião, para explicar os motivos de tão boa funcionária deixar a empresa apenas com três meses de um eficiente e promissor trabalho, não precisou muito para que eu despejasse tudo e ele também me revelar que já estava no seu encalço, mas devido também a outros problemas, ele precisava juntar todas as peças do quebra cabeças. Tempos depois soube que foi demitido e que teve até polícia envolvida.
Incrivelmente minha alergia se curou na mesma tarde, em que de manhã pedi demissão.
No Condomínio onde moro, estou sempre saindo em defesa daquelas crianças alvos de perseguições, por serem consideradas arteiras, bagunceiras, malcriadas ... isso porque sempre procuro ir mais fundo, e então chego aos verdadeiros motivos que causam tais problemas. Muitas vezes são problemas familiares complexos e as artes nada mais são que uma forma de chamar a atenção, de pedir ajuda, eu me envolvo, me enrosco, tenho muitas dores de cabeça, mas outras vezes meu coração fica tranquilo por ter feito aquilo que achei certo, independente do retorno.
Dia destes, estava numa loja da C&A, um senhor de aparência extremamente humilde, com vestes sujas de tinta, cimento, talvez fosse um pintor, pedreiro, servente...foi veementemente destratado pela atendente da loja, deixando todos que estavam na fila do caixa revoltados, inclusive um outro senhor todo engravatado que me disse que se fosse com ele, seria diferente apenas devido as suas roupas. E realmente, quando em seguida o atendeu, a atendente transformou-se numa "seda".
Continuei a observar o humilde senhor, que se dirigiu ao outro balcão e solicitou a presença do Gerente, o rapaz que o atendeu, olho-o com ares de desdém, pediu que aguardasse pois o Gerente estava muito ocupado, piscou para outra atendente e virou-se dando risada.
Estava com minha mãe e comentei indignada "Quanto quer apostar que ele não será atendido e que o Gerente jamais será informado da sua presença e do ocorrido", no que minha mãe concordou prontamente.
Como estava para variar, atrasada para pegar meu filhotinho na escola, não pude interceder pelo senhor naquela hora, porém aquilo ficou martelando na minha cabeça, o rosto humilde e a covardia com que foi tratado, apenas por ser pobre, por não ter instrução, não saber se expressar direito, por não estar bem trajado, não saía do meu pensamento.
Mais uma vez, não pude fechar meus olhos, não pude me omitir diante daquela situação, que se ninguém tomasse uma providência , provavelmente se repetiria inúmeras vezes com outras pessoas inocentes, simples e modestas, como aquele humilde senhor.
Meu senso de justiça, novamente falou mais alto, entrei em casa e rapidamente peguei meu netbook e enviei um email para a loja, relatei meu protesto, ira e desprezo e das demais pessoas que estavam presentes, perante as ofensas injustas proferidas pela funcionária da loja e seus companheiros, me senti um pouco mais leve por desabafar.
No dia seguinte pela manhã, recebi uma ligação da Gerente da loja, se desculpando, dizendo que realmente não havia ficado sabendo do ocorrido, que este tipo de conduta não condizia com a política da empresa e portanto os funcionários já haviam sido identificados e devidamente punidos com o desligamento da empresa.
Confesso que não tive a intenção de provocar a demissão de ninguém, mas avaliando a situação friamente, acredito que tenha servido de lição, para que num futuro próximo não cometam os mesmos erros, mudando seus comportamentos, passando a ver e a tratar as pessoas da mesma maneira, independente de sua posição social, cultural ou de como estão vestidas.
Quando fazemos o bem, nos sentimos felizes com nossos próprios atos, nossa alma sente-se espontâneamente realizada.
O altruísmo faz bem para os outros e para nós também, é uma forma de desviar o foco dos nossos próprios problemas, ajudando quem precisa sem querer nada em troca, independente se essa pessoa merece ou não.
Fazer o bem, faz bem! Portanto faça!
Muito bem, Simone! Eu mesma já estive em posições inferiores na vida e sei como doi ser destratada! Hoje em dia em posição melhor, também não suporto ver essas injustiças e normalmente me meto, sim.
ResponderExcluirAcho que você fez muito bem! Continue assim!
Beijocas
Além de fazer uma excelente postagem, demonstrou ser pessoa de caráter, de sensibilidade, e que não escolhe o silêncio diante dessas situações que tanto machucam as pessoas. Meus PARABÉNS!!!!! Se todos ficarmos um pouco mais atentos e não nos omitirmos, certamente estaremos contribuindo para a redução dessas injustiças.
ResponderExcluirObrigada pela propaganda gratuíta ao meu blog e, principalmente, pelo carinho com que o fez.
Bjs.