Nos últimos tempos, mesmo não trabalhando mais fora, tenho tido uma rotina pesada, venho sofrendo com a pressão e a maratona do dia a dia, sempre correndo contra o relógio.
Na ânsia de resolver tudo com extrema eficiência e de forma impecável, acabo engolida por uma montanha de obrigações que enlouquece até a mais equilibrada de nós. Que exaustão!!!
Comecei a perceber que ao fim do dia, estava parecendo uma criança mimada quando é contrariada. o turbilhão intenso de tarefas diárias, aliado a busca frenética em executá-las, diante da impossibilidade de serem cumpridas num curtíssimo espaço de tempo, por um ser humano normal, estava gerando estresse, irritação, impaciência, frustração, mau humor, me deixando ainda arriada, sem energias ... me envenenando o corpo e a alma.
Foi então, que resolvi elaborar um plano de sobrevivência para manter a sanidade, o equilíbrio e o pé no chão. Lembrei-me de duas coisas, primeiro um velho ditado que diz: "A vida nos trata, como nós a tratamos", e segundo um filme antigo, não me recordo o título agora, em que a personagem principal dizia que era preciso "dar um passo de cada vez".
Estas recordações me fizeram refletir e chegar a conclusão de que a pressa é inútil, o segredo para sobreviver e transpor o olho do furacão desta vida turbulenta, é fazer as coisas do jeito mais simples e leve possível.

Dê um mês e meio para cá, estou com o freio de mão puxado, tenho tentado me desligar de tudo o que ameaça o meu sossego e a minha privacidade. É difícil, mas era preciso.
Viver pressionada, sobrecarregada, apressada, desprovida de calma, tentando resolver os problemas do mundo como num passe de mágica, acabariam me levando a um colapso.
Tenho andado mais caseira, mais reclusa, curtindo minha casa, minhas coisas, escrevendo mais, consequentemente lendo um pouco mais também, dedicando um pouco do meu tempo aquilo que gosto.
Todas as fases da vida imprimem um aprendizado, com esta agora, aprendi que precisamos fazer um uso mais efetivo do nosso tempo. A regra é nos conectarmos ao que realmente importa.
A hora pede para priorizarmos desafios para não enlouquecermos, falar menos, abaixar o volume, andar na velocidade permitida, cobrar menos, exigir menos, correr menos, sofrer menos ainda ... sonhar mais, escutar mais, rir mais, dormir mais, descansar mais, respirar mais, usufruir mais, ouvir o silêncio, ouvir a vida, sem culpas, sem cobranças, sem desculpas ...
A chave é ter paciência, tranquilidade, equilíbrio, moderação, temperança ...não atropelar a si mesma.
Blindar-se do universo urbano atordoante, retomar a vida de forma mais livre , mais leve ... se permitir uma pausa, curtir o lazer, reservar um tempo pra chamar de seu ...

Tudo a seu tempo ... sempre!